A associação profissional foi fundada em 31 de março de 1964 por um grupo de profissionais ativos politicamente e muitos deles dividem suas experiências com a nova geração que está à frente da gestão
A Associação dos Geólogos de Pernambuco (AGP) completa 59 anos, nesta sexta-feira (31), com ares de renovação, mas mantendo sua referência histórica. Fundada em 1964 por um grupo de geólogos muito ativos politicamente, a associação agora busca trazer de volta o dinamismo que marca sua trajetória.
A base de formação da AGP continua dando sua parcela de contribuição. A presidente da AGP, Lília Albuquerque, que representa a nova geração de profissionais, diz que os fundadores dão apoio para quem está entrando agora. “Temos muito respeito à história da Geologia e da AGP”, estamos trazendo a renovação, respeitando quem sempre apoiou a AGP”, afirma a presidente.
“Assumi a primeira presidência, de 2014 a 2016, quando a AGP enfrentava tempos difíceis, mas continuava a existir graças a um grupo que não tinha coragem de se afastar”, lembra Lucila Borges, hoje titular do Conselho Fiscal. A ex-presidente pontua algumas conquistas e avanços importantes, a exemplo do reconhecimento da categoria, melhoria salarial, acordos de cooperação para promoção de eventos e expansão da diretoria.
O consultor Antônio Christino Lyra, geólogo aposentado da Agência Nacional de Mineração e que foi vice-presidente da AGP, destaca nesses 59 anos a luta da AGP por melhorias salariais junto à Compesa e à Chesf. Lyra lembra de que, com apoio do Crea-PE, os geólogos foram reconhecidos como engenheiros, conseguindo nivelar a remuneração com os profissionais. “No campo político, a AGP sempre esteve ombreada ao povo brasileiro, e pernambucano em particular, nas lutas pela implantação de um regime democrático e pela realização de eleições diretas”, ressaltou.
Diretoria atual dá continuidade à luta de outras gestões
Lucila Borges defende que a nova diretoria representa uma renovação, dando continuidade à luta iniciada nas outras gestões. Para Lilia Albuquerque, o desafio agora é ampliar a entrada de associados. A associação está em campanha para atrair geólogos para seus quadros. “Os mais jovens estão começando a entender a importância da AGP”, afirma. A presidente explica que a associação desempenha um papel importante para a categoria, com a discussão da regulamentação da profissão e outros assuntos de interesse dos geólogos, em nível local e nacional.
A AGP também participa de câmaras temáticas do Governo de Pernambuco, onde são discutidas as ações e impactos da atividade, além da representação no Crea-PE, desde a década de 1970, e no Confea. “Temos vínculo com a Febrageo (Federação Brasileira de Geologia), que tem atuado nos estudos de riscos geológicos no Brasil, na legislação e regulamentação profissionais”, explica Lilia Albuquerque.
O presidente do Crea-PE, Adriano Lucena, parabenizou os geólogos que passaram e estão presentes hoje na AGP, que segundo ele, construíram uma associação de profissionais exemplares. Lucena agradeceu pela participação da entidade no dia a dia do Crea-PE e nos debates com a sociedade. “Pernambuco deve muito a vocês”, concluiu.