O quadrinista pernambucano Luciano Félix buscou referências nordestinas para ilustrar a história em quadrinho que faz uma releitura da obra do sociólogo e escritor, que foi lançada na década de 1930
Os traços do quadrinista Luciano Félix ilustram as páginas de “Nordeste: uma visão em quadrinhos da Civilização do Açúcar”. O artista pernambucano trouxe para o livro referências regionais, na linguagem da xilogravura. O formato em quadrinho consegue dar mais leveza e atualidade às ideias de Gilberto Freyre, contidas na obra “Nordeste: aspectos da influência da cana sobre a vida e a paisagem do nordeste do Brasil”, de 1937.
O livro em quadrinhos é uma realização conjunta do Crea-PE com a Fundação Gilberto Freyre e tem o patrocínio do Confea e da Copergás. O lançamento acontece no dia 7 de dezembro, a partir das 17h, na Fundação Gilberto Freyre, na Rua Jorge Tasso Neto, s/n, Apipucos. O evento é aberto ao público, numa oportunidade de prestigiar essa ilustre personalidade pernambucana tão à frente de seu tempo.
Luciano Félix conta que a adaptação chegou no momento de sua transição do estilo clássico – mais complexo e detalhado-, para uma pegada regional, que envolve o digital e a xilogravura. “Foi uma feliz coincidência trazer o regional para uma obra com o nome Nordeste”, diz. Para Félix, houve uma sincronia desse seu momento com o universo de Freyre.
Quadrinista desde 2002, Luciano Félix trabalhou como assistente na ilustração de vários livros. Nordeste é sua primeira adaptação solo. Ele conta que se inspirou no xilogravador e cordelista pernambucano J. Borges e no ilustrador Flávio Colin. Também buscou referências visuais em livros e na internet para desenhar as 40 páginas de quadrinhos.
A leitura do livro clássico de Gilberto Freyre para a adaptação também trouxe de volta sua visão sobre a região. Luciano Félix conta que a obra o fez relembrar que o Nordeste é também verde e com água, diferente da visão estereotipada do Sertão clássico e seco tão difundida.
A publicação não será comercializada. O livro será distribuído para bibliotecas e escolas públicas, além das universidades com cursos de Engenharia em Pernambuco e órgãos federais, estaduais e municipais.
