O Crea-PE levou para o 11º Congresso Nacional de Profissionais (CNP) uma delegação com um perfil inovador e plural. Dos 11 delegados eleitos, sete são mulheres, contrariando a realidade de um mercado predominantemente masculino. Há diversidade nas modalidades, com profissionais da agronomia, pesca, segurança, geologia, elétrica, civil, segurança do trabalho. Além de representantes do interior do Estado.
Dar voz à sua modalidade, à sua cidade e ao trabalho como mulher foram as motivações da delegada Ailane Leal. A profissional de Floresta, ela resolveu ver na prática a experiência de participar de um CNP, apresentando as dificuldades de sua região em busca de soluções. “É importante participar das mudanças e trazer as novidades apresentadas por profissionais de todo o Brasil”, observa Ailane Leal.
Na sua participação, Flávia Távora Maia destaca dois fatos. Com 36 anos como engenheira, estreia no CNP, ela pode levar sua contribuição a um Congresso deste porte e importância. “Uma contribuição para a engenharia, que a gente observa um protagonismo masculino, com uma pauta de propostas diversificada, mas com convergências no final das discussões”, frisa Flávia Távora.
Para Maristela Leite, vir para o CNP foi um desafio. “Queria saber o que motivava aquilo tudo e como funcionava o Congresso. Sem falar que todo o sistema ele é na maioria masculino”, afirma a delegada, lembrando que a participação feminina nas turmas de engenharia é pequena. “Chegar aqui, ocupar um espaço, ter voz, me sentindo ocupando um espaço que é meu. Temos a mesma capacidade e às vezes até mais, mas não temos o reconhecimento. Mesmo em minoria, as mulheres não se calaram. Ao contrário: vi mulheres indo para cima, falando alto e defendendo seus pontos de vista”, pontua.
A delegação ainda trouxe na bagagem a experiência de dois ex-presidente do Conselho, como convidados: José Mário de Araújo Cavalcanti e Osvaldo Ferreira da Fonseca. Rever antigos amigos que a engenharia e arquitetura trouxeram a ambos é um ponto positivo comum aos dois. Ambos também concordaram com outro ponto: o exame de ordem. “A universidade forma e nós habilitamos”, reforça José Mário de Araújo.
Osvaldo Ferreira, que tem no histórico participar da criação do CNP, a realização do exame de ordem para engenharia esbarra na quantidade de modalidades da profissão. “Não tem uma só engenharia”, observa Ferreira. Mais um ponto que ambos têm a mesma opinião: participar deste encontro reforça a vontade de vir para o próximo.
Outro estreante do CNP é o engenheiro civil Flávio Domingues. Participando como convidado, surpreendeu-se com a grandiosidade do encontro. “Um evento tão importante para o Brasil. Não estamos falando só das engenharias, mas do futuro da nação. As discussões que acontecem no CPN tratam de preparar o País para o futuro. Saber o que está discutindo aqui são meta alinhadas com as ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas), que os engenheiros pensam num desenvolvimento sustentável para o País foi para mim muito positivo pode presenciar isso”, frisa Domingues.
“Foi uma experiência única para mim, vir representando minha cidade, representando Pernambuco, por ser mulher também e ganhar espaço nesse universo tão masculino”, avalia Grazielle Bernardes, que também é inspetora de Garanhuns, observando que ficou muito feliz em ver outras mulheres ganhando espaço e debatendo assuntos tão importantes. Tanto para nossa profissão como para o cenário nacional.
Participar da comissão do Congresso Estadual de Profissionais de Pernambuco levou Lara Tainã Souza Gomes a querer também fazer parte das discussões no CNP. “Vir para o Congresso Nacional é exatamente isso: trazer as propostas que a gente defendeu no CEP e vir também ter essa troca nacional. É importante profissionalmente para crescer e aprende”, sublinha Lara Tainã.
Uma experiência engrandecedora. Assim classifica a delegada Letícia Maria Costa Ferreira para sua participação no CNP. “Apesar de três anos de formada, eu não conhecia toda a parte do funcionamento do Sistema Confea/Crea, além de ganhar com essa troca com profissionais de toda a área”, afirma a delegada.
O presidente do Crea-PE, Adriano Lucena, na sua fala de despedida ao anfitrião do evento, o presidente do Crea-GO, Lamartine Moreira Júnior, agradeceu a possibilidade do Crea de Pernambuco participar desse grande momento da engenharia brasileira, pelo debate rico da tecnologia, do campo, da sustentabilidade. “E acima de tudo, promovendo o bem-estar do cidadão. A delegação de Pernambuco sai com a sensação de dever cumprido, levando tanto aprendizado e deixado tanta experiência aos profissionais de todo o Brasil”, salienta Lucena.
O Crea Pernambuco levou 11 delegados escolhidos no CEP. Foram eleitos Urbano Lins, Ailane Cristina Leal Sá, Lara Tainã Souza Gomes, Letícia Maria Costa Ferreira, Mailson da Silva Neto e Osmundo Rodrigues Leite Neto, sendo delegados sem mandato. Os delegados com mandato eleitos foram Maristela Barbosa Cavalcante Bezerra, Karlla Grazielle Bernardo Torres, André da Silva Melo, Magda Simone Leite Pereira Cruz e Flávia Távora Maia.
A delegação pernambucana conta ainda com dois delegados natos: o coordenador do CEP, Alberto Lopes Peres Júnior, e o presidente do Crea-PE. As propostas foram apresentadas dentro do central “Desenvolvimento nacional com implementação de políticas públicas para a Engenharia, a Agronomia e as Geociências”, divididas nos eixos temáticos Inovação Tecnológica, Infraestrutura e Atuação Profissional.